A posse do padre Alejandro Cifuentes Flores como pároco da Igreja Matriz de São Bernardo – Basílica Menor (Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem), ocorreu na noite de domingo (17/03), em solenidade presidida pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, no Centro da cidade são bernardense.
O sacerdote da Congregação dos Missionários de São Carlos sucede o Pe.Giuseppe Bortolato, que durante treze anos esteve à frente da Matriz e em fevereiro deste ano partiu para nova missão como reitor dos propedeutas, no Seminário da Congregação dos Missionários de São Carlos, em Jundiaí, e também contribuíra como padre espiritual no seminário João XXIII, em São Paulo.
E na celebração dominical, a comunidade latina esteve representada por brasileiros, argentinos, uruguaios, chilenos, bolivianos, mexicanos e até delegação de filipinos, oriundos da Ásia e que vivem no Brasil. Décimo de uma família religiosa de treze irmãos, Pe. Alejandro destaca a cultura vocacional e a forte relação com os migrantes como características do seu sacerdócio: “Cresci num ambiente religioso e numa cultura vocacional muito forte. Metade da minha família foi para os EUA. Fiquei no México e quando entrei na Congregação (dos Missionários de São Carlos) percebi que tinha algo a ver comigo, esse trabalho solidário com os migrantes. Me identifiquei bastante”, recorda.
Após seis anos na Missão Paz (instituição filantrópica de apoio e acolhimento a imigrantes e refugiados na cidade de São Paulo, pertencente aos missionários scalabrinianos), na Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Baixada do Glicério, o sacerdote mexicano acredita que prosseguirá o trabalho com a mesma intensidade na Matriz são-bernardense. “É o nosso carisma e nossa forma de agir, acolhendo, dialogando e evangelizando as pessoas de diferentes localidades e países por onde passamos”, atesta.
Vale lembrar que o fundador da congregação dos padres carlistas-scalabrinianos é o beato nascido na Itália, João Batista Scalabrini (1839-1905).
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Sobre o novo pároco
Padre Alejandro Cifuentes Flores nasceu na região de Guadalajara, no México, no dia 24 de novembro de 1978. Com 17 anos ingressou no seminário da Congregação dos Missionários de São Carlos, em seu país natal. Aos 23 anos chega ao Brasil para estudar teologia. Retorna ao México, onde é ordenado sacerdote no dia 17 de fevereiro de 2007.
Iniciou a vida missionária com apanhadores de café, na zona rural do sul de Minas. Depois viajou para a Itália, mais precisamente em Roma, onde estudou direito canônico durante quatro anos. Volta ao Brasil em 2013, quando assume a Missão Paz, na Igreja Nossa Senhora da Paz – Paróquia Pessoal dos Fiéis Latino-Americanos, no Bairro da Liberdade, na Arquidiocese de São Paulo, desenvolvendo um trabalho com os migrantes durante seis anos. Assume oficialmente a Igreja Matriz de São Bernardo no dia 17 de março de 2019.
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Amar e servir
Como acontece em cada homilia das posses de novos párocos e administradores paroquiais, Dom Pedro deixa uma mensagem de encorajamento e esperança a quem chega para assumir uma nova missão. “Reassumimos o compromisso de ouvir e seguir Jesus renovando a aliança com Deus. Cada um de nós é chamado a uma função, a colocar os dons a serviço dos irmãos. Hoje o nosso irmão, o padre Alejandro, recebe essa função que é dada pela Igreja. O caminho de servir”, sintetiza.
“Amar só é real quando se coloca a serviço. Não existe amor no cristianismo que não se traduz em serviço. Na doação de vida, entrega para fazer não a minha, mas a vontade de Deus. Ser pastor é em primeiro lugar dar a sua presença, o estar junto, como Jesus esteve com os discípulos e no meio do povo”, explica.
O bispo diocesano ainda recordou o acompanhamento do itinerário dos migrantes e imigrantes na região há mais de um século pelos missionários carlistas. “Esse carisma está presente na missão de todo cristão. Através do Sínodo Diocesano, nossa Igreja escolheu um dos pilares da ação pastoral, a acolhida. E o outro pilar, a missão. São missionários, também. Acolhem e dialogam”, reforça Dom Pedro, ao comentar sobre a base de atuação do 8º Plano Diocesano de Pastoral.
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Amizade conterrânea
Nascida na cidade de Puebla, no México, a família Lobón conheceu Pe. Alejandro apenas no fim do ano passado, mas parece amizade antiga. A mãe Maria Rocio, acompanhada da filha Pamela e do filho Yuri começaram a frequentar a Igreja Nossa Senhora da Paz e se identificaram com o conterrâneo, que logo conquistou-os com mensagens de evangelização e ação missionária em prol dos povos de diferentes nações.
“Conheci-o por meio dos migrantes, pois cheguei aqui como migrante. E fui bem acolhida. Acompanhei um pouco do trabalho dele na Missão Paz. Muito alegre de estar nesta igreja e rezamos para que o padre realize um bom trabalho aqui”, comenta a professora Maria Rocio, 60 anos. “Pessoa humilde. Acolhe bem os migrantes. Estou muito alegre. Já é um grande amigo para nós”, analisa o treinador esportivo Yuri, 38 anos.
“Acompanhamos a missa (na Paróquia Nossa Senhora da Paz) e a convivência é muito boa com pessoas de diferentes países”, completa a economista Pamela, 22 anos.
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Rito de posse
A celebração teve início com a leitura do decreto de nomeação do novo pároco proferida pelo coordenador da Região Pastoral São Bernardo – Centro, padre Alexandre Mosqueli de Almeida. Em seguida, o sacerdote fez a profissão de fé, recebeu o livro litúrgico dos Evangelhos, proferiu a renovação das promessas sacerdotais e foram entregues a ele, objetos como as chaves da igreja e do sacrário, a jarra com água batismal e a estola roxa. Após o juramento de fidelidade, padre Alejandro foi empossado oficialmente.
A missa teve a participação de diversos padres scalabrinianos e diocesanos que prestigiaram a chegada do novo pastor.