Diocese de Santo André

O gol mais importante da vida do atleta de Cristo

Ser jogador de futebol bateu na trave, a carreira no exército também ficou para trás, mas atender ao chamado de Deus para o sacerdócio foi como fazer o gol do título de um campeonato! Apesar de ter se tornado padre há quase sete anos, a história de Alessandre Marcos Benedito preserva muitas peculiaridades que o acompanham até hoje.

“Continuando gostando de futebol e de praticar corrida diariamente”, conta o atleta de Cristo, que assumiu como pároco no último dia 8 de fevereiro, a Paróquia Mãe de Deus e dos Órfãos, no Jardim Vila Rica, em Santo André.
Torcedor do Ponte Preta, o “padre atleta” não abandona as características que o ajudaram a moldar a sua personalidade. Muito pelo contrário. Conseguiu conciliar as tarefas sacerdotais com a prática de exercícios, hábitos saudáveis, além de períodos de descontração no dia a dia. Porém, sempre levando consigo o carisma da Ordem dos Clérigos Regulares de Somasca, que tocou seu coração para entrar no seminário aos 22 anos.

Natural de Hortolândia, no interior de São Paulo, Alessandre Marcos Benedito nasceu em 18 de julho de 1974 e coincidentemente também foi ordenado padre pela imposição das mãos de Dom Pedro, à época bispo da Diocese de Amparo, no dia 4 de novembro de 2012. O sacerdote somasco permaneceu em Uberaba (MG), de 2013 a 2018, antes de retornar a Santo André, período em que morou na cidade entre 2006 e 2011 para estudar Teologia, em São Paulo, e posteriormente cumprir os estágios para se tornar diácono e sacerdote.

Numa família de quatro irmãos, a irmã gêmea Alessandra, o mais novo Júnior, 41, e o ex-jogador de futebol Armando, 48, o sacerdote recorda com orgulho da influência dos seus pais em sua iniciação à vida religiosa. “Meus pais são devotos de Nossa Senhora Aparecida e nos levavam todo ano no Santuário Nacional. Lembro até do meu pai dirigindo o Fiat 147 e ficávamos lá por dois, três dias para aproveitar bem a Casa da Mãe”, relembra, com ar de nostalgia.

Pe. Benedito recebeu a reportagem diocesana para um ótimo bate-papo sobre a trajetória de vida e fatos de sua caminhada religiosa. Confira os principais pontos da entrevista:

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Despertar na infância

“Minha infância foi tranquila. Sou da cidade de Hortolândia. Como todos garotos jogávamos bola e soltávamos pipas. Essas brincadeiras de crianças. Cresci ouvindo o padre José Sasami Kumagawa. Desde os seis anos despertou em mim, o desejo de ser religioso. Já participava da procissão com meus primos e minha avó me presenteou com uma imagem de Nossa SenhoraAparecida”.

A voz de Deus

“Fui amadurecendo a ideia de ser padre. Desde os nove anos sentia que uma voz me chamava. Eu perguntava: ‘Mãe! É você que está me chamando?’ Ela dizia que não. Daí ela orientou que eu procurasse um padre para esclarecer o motivo dessa voz me chamar com frequência. Mas não conseguia identificar que voz era. O padre me respondeu: ‘Se for a voz de Deus, responda apenas: Eis me aqui, Senhor”. “Parecia que aquela voz vinha do sonho. Dos 12 aos 14 anos essa voz foi mais persistente. Daí procurei um padre boliviano chamado Herlei, em Hortolândia, que explicou a vocação de ser padre”.
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Futebol no caminho
“Depois, o sonho de ser padre ficou em segundo plano. Com 14 anos comecei a fazer experiências no futebol. Queria ser jogador. Fui fazer teste no Ituano (clube profissional da cidade de Itu, em SP) e passei na peneira. Tinha até um pré-contrato. Fui jogando em times da região, também, mas com o passar do tempo aquilo não me satisfazia”.
“Tinha três sonhos. Além de padre e jogador de futebol, queria seguir carreira no Exército. Cheguei a me alistar e servir com 18 anos, em Campinas. Um ano depois comecei a trabalhar numa firma e voltei a me envolver mais com a igreja”.

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Reencontro com a vocação
“Comecei a fazer aprofundamento em Campinas, como uma escola bíblica, aos finais de semana. Para coroar minha vocação conhecei o padre Roberto Lettieri. Tinha uma ação chamada Virada Radical, que evangelizava os jovens na praça. Aquilo chamava a atenção. Foi crescendo novamente o desejo de ser padre. Cheguei a ser acólito”. “Certa vez uma senhora perguntou se eu queria ser padre. Queria ser um padre para trabalhar com crianças e adolescentes. Aí ela me indicou os padres somascos”.

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Identificação com o carisma
“Foi amor à primeira vista. Me identifiquei com o carisma, sobretudo o trabalho com os mais carentes e pobres. Entrei no seminário aos 22 anos. Fui para Uberaba, em Minas Gerais. Fiquei oito meses lá como aspirante e depois voltei para Campinas. Prestei vestibular para Filosofia na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Um dos momentos mais belos da minha vida foi o noviciado que fiz ao lado de latinos como colombiano, mexicano e salvadorenho. O ambiente era animado e descontraído”.

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Vida de trabalhador
“Estudei quatro anos de Teologia no ITESP (Instituto Teológico São Paulo). Morei em Santo André de 2006 a 2011. Estudava em São Paulo. Fazia o mesmo trajeto dos trabalhadores. Levantava cedo, por volta das 4h30 da manhã. Pegava ônibus, trem e andava a pé durante 50 minutos até o ITESP. Chegava lá com fome, mas graças a Deus venci.
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Ordenação Presbiteral
“Fiz a profissão perpétua em 2009. Depois fiz um ano de estágio, que é a experiencia pastoral. Depois fui transferido para Campinas em 2011, para mais um ano de estágio, conhecido como magistério, realizando um trabalho na obra dos somascos com as crianças. Em 2012 fui transferido para Uberaba e fiquei dois meses por lá, sendo ordenado diácono em Campinas, e padre em Hortolândia, no mesmo ano”.
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Devoção mariana
“Por benção do destino, a primeira paróquia que assumi foi a Nossa Senhora das Graças, em Uberaba, e a segunda, a Paróquia Mãe de Deus e dos Órfãos. É sinal de que a Mãe de Jesus está me acompanhando. Tenho a devoção mariana desde a infância”.
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Hospital e velórios
“Fiquei como auxiliar dois anos e depois assumi como pároco durante quatro anos (na paróquia de Uberaba). Foi uma experiência ímpar se aproximar dos doentes. Fui capelão do Hospital do Câncer durante cinco anos. Além disso, tive uma marca registrada na cidade e penso em fazer mestrado nesta área. Fui em 648 velórios nos seis anos como padre na cidade. Mais de cem por ano. Lá tinha várias capelas e o pessoal pedia para dar benção. Fiz com amor e com o objetivo de levar esperança, confortando o coração das pessoas”.
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Atual missão

“Nossa missão é evangelizar os jovens e resgatá-los para Deus. Incorporar as crianças na vida comunitária para um desenvolvimento com dignidade e respeito. Nosso trabalho sempre será em conjunto, visitando as pessoas, peregrinando pelos bairros, caminhando com Jesus, em busca da justiça social. Contamos com a colaboração de todos”.

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