É comum ouvir-se dizer que “maio é o mês das noivas”. Esse costume remete às mesmas origens que propõem o mês de maio como “mês de Maria”, que é o momento em que, no hemisfério norte, a primavera chega a seu ápice. O afastamento do inverno e a presença das flores dão ar de vida e destacam a feminilidade. Por isso as noivas, por isso Nossa Senhora, exemplo pleno de ser mulher.
Quanto à dedicação do mês a Nossa Senhora, ainda que não tenha acontecido sempre em maio, a tradição ganhou força no século XVII, com a proposta de 30 exercícios espirituais diários. No tocante às noivas, no Brasil essa tradição tem dado lugar a outros meses, talvez mais “práticos”, na hora de escolher a data do “grande dia”.[1] Voltemos, entretanto, a essa tradição para tratar não somente das noivas, mas também dos noivos, da vida do casal de noivos, sobretudo sua vida de oração.
A etapa anterior ao matrimônio merece zelo e perseverança, e a melhor maneira de trilhar essa estrada é estando firmes na fé, como exorta São Paulo aos Colossenses (2, 6-7): “Assim como acolhestes o Cristo Jesus, assim continuai caminhando com ele. Continuai enraizados nele, edificados sobre ele”.
O tempo do noivado envolve mudanças, planos, envolvimento do casal em várias esferas. É o momento de planejar a data do casamento, mas, além disso, envolve diversas instâncias que preparam para a vida a partir do matrimônio. A saída da casa dos pais, uma nova organização financeira, a união em uma só carne, o espaço da frutificação, enfim, tudo o que Jesus nos afirma ao questionar os fariseus (Mt 19, 4-6): “Não lestes que desde o princípio o Criador ‘os fez homem e mulher’ e disse ‘por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne’? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe.”
Estamos preparados para a união conjugal? Preparados para essa entrega aos planos de Deus, que nos criou? Queremos afirmar que o amor que nasceu de uma atração vem amadurecendo de maneira gratuita e caridosa? Queremos unir-nos em uma só carne, diante de Deus?
Ora, esses questionamentos (e outros tantos que podem aparecer) só alcançam segurança por meio de uma vida de oração; pela entrega, dia a dia, à vontade de Deus, que nos edifica.
Ora, noivo. Ora, noiva. Orem. Orem juntos e confiem em Deus. Orem pelo “grande dia”, para que nele resplandeça antes de tudo a graça do Criador; orem desde já, para que em seu matrimônio não falte o vinho que vem pela misericórdia de Cristo e pela intercessão de Maria.
Deus os abençoe e Nossa Senhora seja amparo em suas vidas.
*Por Thielle Piotto
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[1] Alguns exemplos dessa “praticidade” são: a época de flores no Brasil, que difere do hemisfério norte e o pagamento do 13º salário, que auxilia o orçamento dos noivos.
