Caridade e a solidariedade pertencem à natureza da Igreja e são expressões irrenunciáveis da sua própria essência; não são meras atividades de assistência social que podem ser deixadas a outros (Deus Caritas Est, 25).
Neste mundo cheio de contradições e com profundas desigualdades sociais, a Igreja de Jesus tem o grave compromisso de possibilitar vida abundante para todos e vida com qualidade (Cfr. Jo 10,10), promovendo a caridade e sendo solidária com os que sofrem. Caridade e solidariedade identificam os cristãos seguidores de Jesus.
A Coleta da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos é um gesto concreto e profético de partilha solidária e fraterna das Campanhas da Fraternidade de todos os anos. Os principais animadores desta ação solidária devem ser os bispos, padres, lideranças leigas, agentes de pastoral e os movimentos eclesiais. A Igreja, servidora do Deus da Vida, espera que todos os fiéis participem da Coleta Solidária, oferecendo uma generosa contribuição em favor das pessoas, vítimas das inúmeras formas de destruição da vida no planeta (cfr. DGAE 66). O gesto de solidariedade dos fiéis tem um caráter de conversão quaresmal, condição para que advenha um novo tempo marcado pelo amor e pela valorização da vida.
Do total arrecadado pela Coleta da Solidariedade, 40% é enviado ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) e os outros 60% permanece nos Fundos Diocesanos de Solidariedade para sustentar os projetos locais. Os recursos arrecadados financiam as ações que visem a mobilização das pessoas em torno de alternativas para a superação das mais variadas formas de exclusão econômica e social nos setores mais empobrecidos da sociedade brasileira. A Coleta é sinal visível do testemunho de solidariedade dos cristãos católicos que revigora o valor profético da partilha, da justiça e do amor. A contribuição com a Coleta da Solidariedade acontece durante as celebrações litúrgicas no Domingo de Ramos.
No ano 1998, ocasião da 36ª Assembleia Geral da CNBB, o Fundo Nacional de Solidariedade e os Fundos Diocesanos de Solidariedade foram instituídos para atender projetos sociais com dificuldades para conseguir financiamento para os empreendimentos nas comunidades locais. O sustento dos fundos de solidariedade motiva os cristãos católicos a agirem de forma organizada no serviço aos pobres e vulneráveis. A Coleta possibilita vários investimentos que fortalecem a solidariedade entre as diferentes regiões do país. As regiões que possuem mais recursos contribuem para o desenvolvimento das pessoas nas regiões menos favorecidas. A Coleta é instrumento de economia comunitária a serviço o fortalecimento e desenvolvimento das organizações locais. Não são ações assistencialistas, pois agregam processos de formação cidadã que ampliam conquistas de direitos e desenvolvem laços de solidariedade.
A solidariedade com os pobres revela que o evangelho de Jesus é uma força que liberta e humaniza e exprime uma Igreja testemunha de uma vida simples, que cuida dos mais frágeis, cuida da paz e da natureza, é capaz de escutar, não se refugia em si mesma, não sai de si mesma e vai às periferias geográficas e existenciais do mistério da dor, do sofrimento e da violência, da injustiça e de toda a miséria humana. Participe da Coleta da Solidariedade!
Artigo desenvolvido por Pe. Clemilson Pereira Teodoro