Nasci em Santo André e aqui sempre morei.
Minha trajetória eclesial tem início por influência familiar, mas foi fortemente influenciada também pelas irmãs Salesianas (Filhas de Maria Auxiliadora), de quem fui aluna desde a infância até a idade adulta: base sólida para uma formação intelectual, moral, ética e religiosa que me levaria à busca cada vez maior de conhecimento para o aprofundamento da fé e disponibilidade para o serviço.
A partir daí, tudo foi se tornando bem claro: é preciso viver a vida da igreja; é preciso ver no outro, principalmente no mais fraco,o irmão que deve ser aceito, apoiado, ajudado; é preciso unir forças para a construção de um mundo melhor.
Parece, no meu entender, ter sido sempre esse o olhar de cada um dos Pastores que o Senhor enviou para esta Diocese, prestes a completar 65 anos de existência. Um longo caminho percorrido sob a tutela desses Pastores que sempre se mostraram engajados nos movimentos sociais e de trabalhadores, dadas a características própria Diocese.
Na época dos governos militares, foi D. Jorge Marcos de Oliveira (o bispo poeta)que mostrou por palavras e atitudes o jeito de ser Igreja e fez desta Diocese um espaço de encontro, de acolhida e de busca de soluções para os problemas e necessidades locais, batalhando até tornar-se emérito. Assumiu em seu lugar D. Cláudio Hummes, seguindo a mesma linha de ação, sempre de mãos estendidas, acolhendo, se solidarizando com os movimentos sociais e de trabalhadores e de olhos fixos na promoção humana, na conscientização cidadã e na realidade social, rompendo o círculo da solidão que tantas vezes atinge os mais fracos.
Conhecemos depois, D. Décio Pereira, homem simples, bondoso, de coração sempre aberto para acolher quem dele se aproximasse. Saudades daquele sorriso pronto, distribuído a todos…
E veio D. Nelson Westrupp, scj (nosso atual emérito), mais circunspecto, mais calado, mais “fechado”, dotado de acurado senso crítico e sempre pronto para enfrentar, com prudência e destemor, os desafios que se lhes apresentaram na condução da Diocese e do povo de Deus a ele confiado. Corajoso, tomou a cruz com o Senhor e seguiu adiante.
Hoje, temos a alegria de sermos conduzidos por nosso quinto bispo diocesano, D. Pedro Carlos Cipollini, sinal de Cristo entre nós , atuando como Mestre, Pontífice e Pastor do povo desta Diocese, percorrendo-a de norte a sul, de leste a oeste anunciando Jesus Cristo,levando esperança aos desesperançados e convidando a todos para que se unam na construção de uma nova sociedade,destituída de toda cizânia, onde não prevaleça somente a Lei, mas também a Graça.
Atualmente sentimos nossa amada Diocese de Santo André firmemente inserida no contexto dos tempos atuais, lutando incessantemente-através da atuação firme e serena de seus líderes (verdadeiros arautos da paz e da concórdia)- pela promoção da justiça e dignidade para todos, enquanto nos é apresentado um Deus próximo e solidário, que nos ama e que aqui quer fazer sua morada, implantar a “civilização do amor”, e nos dar a possibilidade de vivermos nossa “Terra Prometida”.
*Artigo por sra. Darci Frederico Bombana