Corria o mês de outubro de 2003, quando o Diário do Grande ABC noticiou com letras garrafais e com uma foto em tamanho respeitável, que a Diocese de Santo André teria um novo bispo. Era a notícia que a família cristã católica das sete cidades do Grande ABC aguardava desde o falecimento do até então bispo Dom Décio Pereira.
Lembro que naquele tempo trabalhava como supervisor do Museu Histórico de São Caetano do Sul, e no período da tarde participei de uma reunião na Fundação Pró Memória e o comentário geral era justamente sobre a nomeação do novo bispo para a nossa região.
O nome do quarto bispo da Diocese de Santo André não era fácil de dizer, e todos se perguntavam, como se pronuncia o Westrupp de Dom Nelson? Eram tantas as indagações por se conhecer o nomeado pelo Papa João Paulo que meu tino jornalista se despertou, e me pus em campo para buscar estas informações e transmiti-las no programa de TV que colaborava como produtor.
O programa era apresentado por Glenir Santarnecchi no antiga Canal 45 UHF, a TV São Caetano e tinha o nome de ABC Brasil. Minha paróquia era a São Judas Tadeu, no Bairro Campestre e lembro de ter conversado longamente com o saudoso Padre Heitor de Carli sobre o novo bispo, e consegui um número de contato na Diocese de São José dos Campos, onde Dom Nelson pastoreava até então. Quem me atendeu foi Irmã Maurinea, meu primeiro contato com esta amiga do coração. Devo tê-la perturbado imensamente, mas consegui deixar marcado, que assim que o novo bispo viesse morar na Diocese de Santo André, ele seria entrevistado ao vivo numa noite de segunda-feira.
Assim aconteceu. Passei primeiro na Paróquia São Judas Tadeu e peguei o falecido Padre Heitor e fomos para a Rua Independência, na Casa Episcopal, onde pela primeira vez vi ao vivo, Irmã Maurinea e pude conhecer Dom Nelson, que sentado no banco do passageiro foi conversando comigo, perguntando sobre a vida de nossa região.
Lembro que terminado o programa, ao levá-lo de volta para casa, passei de fronte ao prédio da antiga sede do Instituto de Teologia da Diocese na Príncipe de Gales, e dizer que tinha feito a inscrição para estudar ali Teologia no ano seguinte, e por cinco anos.
Quis o destino que no ano seguinte viesse ser convidado para assumir a Assessoria de Imprensa da Diocese de Santo André, onde fiquei por quatorze anos, dos quais dez atuei sob o comando de Dom Nelson, e pude ser testemunha de seu fervor religioso, extremo carinho para as coisas de Deus, dinamismo nas atuações a frente da diocese, tanto que não teve receio de construir a sede de onze andares, um belo prédio na Praça do Carmo, de onde se irradiam as ações da Igreja para as sete cidades do Grande ABC.
* Artigo por Humberto Domingos Pastore