[vc_row][vc_column][vc_column_text]Caros padres, diáconos, membros da vida consagrada e povo fiel da diocese de Santo André. Saudações a todos em Cristo Jesus.
Como sabem, estou em peregrinação a El Salvador, país da América Central. Estou visitando, juntamente com meu irmão Dom Luiz, bispo de Marília, o túmulo de São Oscar Romero na Catedral da capital de El Savador. É uma peregrinação também aos lugares onde viveu este Santo. É impressionante como está viva a memória de Dom Romero no povo e em toda a cidade. Na capital já tem uma paróquia colocada sobre seu patrocínio, e seu túmulo recebe nos dias de semana perto de seiscentas pessoas, aumentando no final de semana.
A catedral é grande e bonita, fugindo ao ambiente a seu redor marcado pela pobreza e sofrimento do povo, constatável por toda a cidade, principalmente no centro, tomado pelo comércio informal de sobrevivência.
Impressionante é a visita ao Hospital onde ele viveu dois anos e meio dos três de seu episcopado em El Salvador. A irmã que nos acompanhou para mostrar a capela onde ele foi assassinado e depois a casinha onde morou, nos explicou como ele foi parar aí. Não quiseram que ele ficasse no Seminário onde morava, quando viram sua determinação na opção pelos pobres. Ele foi morar na sacristia da capela do Hospital onde ficou sete meses até que se construísse uma casa de quatro cômodos, onde ele viveu até o fim de sua vida, ao lado da capela do hospital. A congregação o acolheu e as irmãs cuidavam dele.
Existem muitos testemunhos bonitos sobre sua pessoa e sua fama de santidade em geral.
Dom Romero foi um homem de profunda espiritualidade. Muito próximo do povo desde os primeiros anos de sacerdócio e também como bispo no interior do país. Chegando à capital, teve que defrontar-se com o centro do poder diante do qual ele clamava por justiça, a justiça evangélica baseada na verdade e no amor de Cristo.
Seu profetismo, hoje celebrado com todas as honras por ter sido ele declarado Santo e mártir, incomodou a muitos. Mesmo depois de morto seus restos mortais mudaram de lugar três vezes na catedral até ir para uma cripta muito profunda e de difícil acesso. Aliás hoje toda remodelada e bonita, após sua beatificação.
Eu e Dom Luiz rezamos a santa missa no altar da cripta. Pedi por nossa Diocese para que seja fiel à inspiração de nosso Primeiro Sínodo Diocesano. Que não deixemos apagar o profetismo que marcou a caminhada de nossa Igreja Particular desde seu início. Que para isto Deus nos dê, por intercessão de São Oscar Romero, a unidade e o testemunho de vida evangélica.
Visitamos também a seda da Arquidiocese e conhecemos alguns trabalhos pastorais que devem enfrentar uma sociedade marcada pela violência e o desaparecimento e assassinato de muitas pessoas, a maioria jovens.
Que Deus abençoe a todos e que nosso novo ano nos traga mais esperança e desejo de servir a causa do Reino de Deus.
Abraço fraterno a todos e bênçãos de Deus.
Dom Pedro Carlos Cipollini
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