Com a chegada do inverno e a possibilidade de baixas temperaturas nos meses de julho e agosto, a Campanha do Agasalho na Diocese de Santo André mobiliza paróquias e voluntários na arrecadação e entrega de roupas e calçados para a povo mais carente na sociedade.
Criada e organizada pelo Vicariato Episcopal para a Caridade Social, a iniciativa lançada na última semana de maio já contabiliza vários exemplos de que a coletividade em tempos de pandemia é o melhor remédio para aquecer os corações.
As doações de roupas de frio para adultos e crianças: blusas, calças, meias, toucas, cobertores de casal, cobertores de solteiro para pessoas em situação de rua podem ser realizadas na paróquia polo de arrecadação mais próxima do seu bairro ou na Cúria Diocesana.
Clique aqui e conheça os 13 pontos: https://bit.ly/2YzfbFT .
A orientação é para que as pessoas doem roupas limpas, que devem ficar até 72 horas reservadas no local em que foram doadas. Recomenda-se o manuseio com luvas e máscaras. Durante a distribuição, as roupas devem ser colocadas num saco ou numa sacola, sempre borrifando com álcool 70.
Agora você vai conhecer a história de pessoas empenhadas nesse trabalho em prol do Vicariato para a Caridade, desde o agradecimento aos voluntários pelas doações até a missão de levar dignidade ao povo:
A medida do amor é amar sem medida
Membro da Pastoral da Caridade Exército de Davi, a advogada Renata Batista Moreira, 42 anos, conta que a campanha na Paróquia São José Operário, em Santo André (um dos polos de arrecadação do Vicariato) teve início duas semanas antes da articulação diocesana, no dia 16 de maio de 2020. Cerca de 20 participantes efetivos (retirada de doações, triagem, divisões, entregas) participam da ação. As doações são direcionadas para vários locais:
Abrigo Livre Ser (Santo André); Paróquia Nossa Senhora da Paz (Santo André); Grupo Pão da Vida (Santo André); Casa de Acolhida (Diadema); Comunidade Joaninha (Diadema); Católicos em Movimento (São Paulo); Comunidade Maracanã (Santo André) Vítimas de desmoronamentos (Guarujá); Comunidade Eldorado (Diadema); Associação Guadalupe (São José dos Campos); Missão Belém (São Miguel Paulista e Rio Grande da Serra); Filhos da Caridade (Santo André); Comunidade Ipê (Mauá); Recanto Tia Célia (Mauá); Filhos de Francisco (São Paulo); Mensageiros do Amor (Diadema); Paróquia São Pedro e São Paulo (São Bernardo); Comunidade Santa Rosa (Mauá); União Sem Fronteiras (Mauá); Sociedade de São Vicente de Paulo (São Bernardo); Projeto tempo de resgatar (Santo André); Instituto Monsenhor Antunes (Santo André) e famílias assistidas pela Paróquia São José Operário (Santo André).
Para Renata, doar-se ao próximo é um ato de amor que leva um pouco de acalento aos que estão em situação de vulnerabilidade social.
“O ato de contribuir nos conecta com os outros (em tempos de isolamento principalmente), criando uma rede de colaboração mais forte, construindo assim, uma sociedade mais feliz. A medida do amor é amar sem medida”, frisa a voluntária, ao se referir ao pensamento atribuído a Santo Agostinho.
Saiba aqui os dias e horários para doações: https://bit.ly/2YzfbFT .
Mobilizar pessoas nos bairros e oferecer ajuda
A advogada Clarice Aparecida dos Santos Albarelli, 50 anos, da Paróquia Santa Teresinha, em São Bernardo (outro polo de arrecadação do Vicariato) afirma que a campanha começou em maio e já atendeu mais de 1,1 mil pessoas, muitas delas em situação de rua, que residem em albergues, nas casas de acolhida, além de asilos ou famílias que estão em situação de risco. O material arrecadado é enviado para várias entidades como Comunidade Padre Pio (São Bernardo), Lar Mãos Pequenas (Diadema), Missão Belém (Rio Grande da Serra), Abrigo Livre Ser (Santo André), Fraternidade Casa de Assis (Santo André), Lar Nossa Senhora da Mercedes (São Caetano do Sul), Asilo São Vicente de Paulo, além de famílias assistidas por diversas paróquias.
A equipe conta com 36 pessoas engajadas diretamente e outras indiretamente. “A princípio, nossa campanha iniciada no dia 30 de abril era apenas para arrecadar alimentos para montar cestas básicas. A Campanha do Agasalho foi uma consequência, já que ocorreram muitos pedidos de roupas e calçados, bem como também de roupas de cama e banho, utensílios domésticos e móveis, pois teve muitas famílias que perderam tudo e conseguiram barracos para morar, e tiveram que receber doações de tudo”, explica Clarice.
Segundo ela, uma das formas das pessoas contribuírem é mobilizar as pessoas em seus bairros ou doando parte do tempo para ajudar a separar a doações. “Ou ainda ajudando a levar essas doações, pois essa é uma das dificuldades que temos, o carreto fica com valor inviável para retirarem as doações e sempre precisamos buscar parceiros para levar”, solicita.
Saiba aqui os dias e horários para doações: https://bit.ly/2YzfbFT .
A união e o amor chegam a lugares inimagináveis
Da Paróquia Santíssima Virgem, em São Bernardo, a auditora Patrícia Lima, 48 anos, afirma que as atividades de arrecadação de agasalhos começaram no dia 25 de abril. Cerca de 20 voluntários integram a iniciativa. Uma particularidade da ação é o recebimento de doações de roupas para crianças. Já foram contabilizadas aproximadamente 2 mil peças e uma média de 500 pares de calçados, desde os recém-nascidos até os 16 anos de idade.
A igreja também é um polo de arrecadação do Vicariato, onde arrecadou 5,5 toneladas de alimentos, roupas, calçados, produtos de higiene e brinquedos. Saiba aqui os dias e horários para doações: https://bit.ly/2YzfbFT .
“Toda a equipe sente um amor enorme em poder ajudar aqueles que mais necessitam. A união e o amor chegam a lugares inimagináveis através dos elos da doação”, conta Patrícia, ao recomendar que as pessoas doem roupas devidamente higienizadas e identificadas em todas as paróquias envolvidas nas arrecadações, bem como cobertores nesta época de inverno.
A missão de evangelizar e acolher o próximo
Da Paróquia Nossa Senhora do Paraíso, em Santo André (Rua Macaúba, 403 – Paraíso), a assistente administrativo Jane Casimiro, 46 anos, relata que a Pastoral de Rua paralisou durante um período os trabalhos de campo em razão da pandemia da Covid-19, já que parte dos 14 membros pertencem ao grupo de risco.
Porém, as contribuições não pararam e 115 pessoas em situação de rua acolhidas na Casa Amai-vos e na Missão Belém foram beneficiadas com a doação de roupas, cobertores e fraldas geriátricas, tudo devidamente higienizado com álcool 70.
“Faz parte da nossa missão evangelizar e ajudar a todos que precisam sejam nas ruas ou os que nos procuram e tentamos fazer o que podemos para ajudar”, atesta.
Jane diz que as pessoas podem colaborar com a entrega de roupas limpas e embaladas, como cobertores, mantinhas e meias novas para as paróquias e ONGs que possuem essa missão de evangelização e ajuda à população de rua e famílias nas comunidades.
“O Vicariato da Diocese está com trabalho maravilhoso de suporte a todos nós quando precisamos de ajuda seja para a população de rua, seja para os que assistem e ajudam as comunidades”, elogia.
Fazer o bem revigora a alma e traz dignidade
Da Paróquia Matriz Sagrada Família, em São Caetano, a psicóloga Ivanilde Sampaio, 62 anos, avisa que os agasalhos recebidos na semana passada serão doados a partir desta quarta-feira (15/07). Anteriormente, algumas roupas foram doadas à Missão Belém. São quatro pessoas contribuindo para o atendimento aos mais vulneráveis na sociedade.
“Significa poder ajudar o próximo a ter um pouco de dignidade, conforto e não passar frio”, avalia. As doações podem ser realizadas diariamente na Igreja Matriz (Praça Cardeal Arcoverde, 100 – Centro).
Da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Mauá, a comerciante Sandra Regina Duarte Nascimento, 48 anos, revela que material arrecadado foi direcionado em abril para a Missão Belém, em maio para uma equipe da prefeitura, e em junho para o projeto Coração Doador. Cobertores e agasalhos que chegam na igreja também são doados para outras paróquias mais carentes.
“Somos em sete pessoas na paróquia nesta ação. Gosto muito. É revigorante e ajuda o próximo”, garante Sandra. Os agasalhos podem ser entregues na própria paróquia (Rua São Pedro, 80 – Vila Guarani), de segunda a sexta, das 8h às 12h, ou durante as missas.
Da Paróquia Jesus Bom Pastor, em Santo André, o engenheiro mecânico José Raimundo Mendes, 58 anos, recorda que a iniciativa “Tudo por amor” teve origem há duas décadas, quando jovens entregavam marmitas para pessoas em situação de rua. Dez anos depois, acrescentou-se cobertas. E nos últimos anos, um kit com roupas, agasalhos e itens higiênicos é entregue.
As doações voluntárias podem ser realizadas diariamente na secretaria da paróquia (Rua Felício Pedroso, 201 – Jardim Bom Pastor) ou durante as missas.