Diocese de Santo André

Pandemia e Ação Evangelizadora da Igreja

Sacerdote e psicólogo padre Eduardo Calandro destaca a ação da igreja na Pandemia e ressalta ações que ajudam os fiéis a viverem o isolamento social. Reflete alguns pontos significativos, levando em conta a gravidade do momento.

Num cenário de mais de 100 mil mortes no Brasil a pandemia já causa transtornos que afetam as relações humanas num tempo de medo e de incertezas. E o reflexo desse momento causa danos e ameaças à saúde mental e provoca um desafio à ação evangelizadora da igreja que busca ajudar os fiéis em isolamento social. Sacerdote e psicólogo, padre Eduardo Calandro fala um pouco da situação em que vive a humanidade diante do momento vivido no Brasil e no mundo.

A situação de limitação, principalmente da capacidade de ir e vir, da liberdade de ação, do abraço nas relações interpessoais. A falta do abraço, do aperto de mão, do beijo no rosto, tudo isso que causa uma sensação boa de prazer e de bem estar. A falta de relações interpessoais pode causar um vazio. Já é possível perceber alguns transtornos mentais tais como: estresse, ansiedade e o medo a partir do contexto em que as pessoas estão vivendo de isolando social.

“Sabemos que este isolamento é de forma involuntária e como experiência percebe-se o estresse e o esgotamento psicológico. Também já é possível pensarmos nos resultados pós pandemia e arriscamos em falar de estresse pós traumático. No atendimento às pessoas, percebo que é preciso um olhar personalizado para o sofrimento que a pandemia traz e suas consequências.  Ninguém está livre de passar por estas experiências que causam tanto sofrimento e dor. Uma hora ou outra indivíduos ou grupos são submetidos a situações adversas que podem paralisá-los ou fortalecê-los no percurso da vida. É neste sentido que uma experiência profunda de fé ajuda a pessoa na busca de respostas para algo que está além da sociedade, além da ciência, além das regras impostas pelo cotidiano”, destaca padre Eduardo.

O sacerdote revela que já é possível perceber alguns transtornos mentais tais como: estresse, ansiedade e o medo a partir do contexto em que as pessoas estão vivendo de isolando social. Este isolamento é de forma involuntária e como experiência percebe-se o estresse e o esgotamento psicológico, também já possível pensar nos resultados pós pandemia, arriscando em falar de estresse pós traumático. No atendimento às pessoas, percebe que é preciso um olhar personalizado para o sofrimento que a pandemia traz e suas consequências.

“Estou muito bem, sinto que posso ficar o tempo que for necessário, sem estresse, pois a minha mente está repleta de coisas boas e boas lembranças das pessoas que eu amo. Estou me revendo e me revelando para mim mesmo. Já podemos ver algumas consequências que precisam ser enfrentadas: fome, especialmente para pessoas sem emprego permanente, o trabalho precário, etc., infelizmente o aumento da violência, entre outras situações desumanas. Neste sentido, percebemos que todos nós temos perto de nós a possibilidade de alcançar nossas metas, de encontrar o bem-estar e de desenvolver nosso potencial ao máximo.  Neste tempo somos chamados a viver profundamente a nossa experiência de fé, somos convidados a adentrar-nos no mundo da interpretação, mundo da hermenêutica, mundo humano. Neste sentido, a fé cristã não é apenas uma esperança de que algo bom pode acontecer. Esperar é algo natural do ser humano e a fé passa por isso. A fé é a certeza de uma esperança. Neste tempo, sejamos pessoas de fé”, – destaca.

O sacerdote revela experiências inovadoras neste tempo de isolamento social, atitudes simples que nunca havia realizado passam a dividir seu tempo com as aulas e atividades acadêmicas. Cozinhar, arrumar a casa são atitudes criativas que nunca poderia fazer diante da correria do dia-a-dia. E apesar do distanciamento dos familiares, amigos, da igreja, vive um tempo de paz, reflexão, muita oração com a família através da internet.

“Eu sempre trabalhei o dia todo fora de casa e sempre precisei de alguém para os serviços domésticos. Gosto de organizar minhas coisas, mas por falta de tempo sempre deleguei às pessoas muito boas que me ajudavam nos afazeres domésticos, o que resultava em mudanças das coisas de lugar. Nesse tempo da pandemia tive a oportunidade de tomar conta totalmente da minha casa, limpando, lavando, aprendendo a cozinhar. Consegui organizar todos os meus armários, do meu jeito. Encontrei coisas que já não me lembrava”, conclui.

 

Fonte: Ricardo Gomes – Diocese de Campos

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