Diocese de Santo André

Dom Pedro: Deus transforma dificuldades em oportunidades

“O evangelho nos convida a ter uma profunda humildade diante de Deus. E também uma confiança muito grande, sabendo que a bondade de Deus é que nos salva, e não o nosso mérito. Lógico que devemos cumprir a lei de Deus e fazer todo bem possível na nossa vida, mas no fundo esse bem que fazemos, se não for potencializado por Deus, pouco valor tem.”

O bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, aprofundou a parábola dos trabalhadores da vinha para os tempos atuais durante a Santa Missa matutina do 25º Domingo do Tempo Comum (20/09), celebrada na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro do município andreense. “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha”. Assim tem início o Evangelho de Mateus (20,1-16a). De acordo com Dom Pedro, essa parábola mostra que o Reino de Deus é um modo de vida, um modo de conceber as coisas diferente, como diz São Paulo que “é preciso quem se torna cristão renove a sua consciência, o seu modo de ver as coisas.”

“A Palavra de Deus nos faz um apelo para acreditarmos com muita firmeza, na misericórdia, na bondade de Deus, que nós não merecemos. Frequentemente, nós, como pessoas religiosas, achamos muitas vezes, de forma inconsciente, que por fazer o bem, Deus está devendo alguma coisa para nós. Assim na época de Jesus, os fariseus jejuavam, pagavam o dízimo. Então, eles achavam que Deus estava devendo para eles e tinham direitos diante de Deus”, reflete o pastor da Igreja Católica no Grande ABC.
Como acontece nas manhãs de domingo, desde a reabertura para missas presenciais em julho deste ano, a celebração foi presidida por Dom Pedro e concelebrada pelos padres Flávio José dos Santos (vigário da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal), com transmissão pelas mídias diocesanas Facebook e YouTube.

Na Catedral do Carmo, as celebrações com povo retornam durante a semana, de segunda a sexta, às 18h; aos sábados, às 16h; e aos domingos, às 8h, 11h e 18h. Lembrando que as missas ocorrem com capacidade máxima de 100 pessoas, respeitando as regras de distanciamento social e cuidados de higiene, com máscara e álcool gel.

Uma parábola atual

Jesus conta aos seus discípulos, a parábola do patrão que tem a obsessão de ir na praça e ver se tem empregados para trabalhar em sua vinha. “Imagine um patrão desse no Brasil de hoje, que tem perto de 14 milhões de desempregados. Uma catástrofe, uma situação terrível para muitas famílias, e para pessoas sem emprego, que além de perder a subsistência, o modo de viver, também perde a sua dignidade”, avalia Dom Pedro. Esse patrão chama vários empregados durante a manhã e vai combinando com cada um o valor da diária, até que ao final da tarde, emprega mais uma pessoa que estava desempregada para trabalhar durante uma hora. Ao final do expediente, o administrador começa a pagar o salário completo.

Os que foram contratados primeiramente acharam que ganhariam o dobro. Chegando lá, os últimos que chegaram para o trabalho, o patrão deu o que tinha sido combinado para o sustento da família. Quando chegou nos empregados que trabalharam o dia todo, interessante os que ganharam a diária, não estavam preocupados em reivindicar justiça para eles, e sim estavam indignados com os que trabalharam uma hora e ganharam a mesma quantia. “Então, vemos na justiça humana, os primeiros foram satisfeitos, o patrão deu o que foi combinado. Já para os que trabalharam menos, é a justiça divina, porque Deus na sua justiça supera a justiça humana”, constata Dom Pedro. “Deus vê a necessidade da pessoa, e não o mérito. Aquele que trabalhou uma hora tinha família para sustentar naquele momento. Estava desempregado, e não porque ele quis, mas por causa da conjuntura, tanto é que ele foi na praça buscar emprego, ver se alguém o contratava”, pondera.

Últimos serão os primeiros

Jesus conclui a parábola: “muitos dos últimos serão os primeiros, muitos dos primeiros serão os últimos.”

“Isso se aplica também a nossa vida de fé. Se nós a vivermos com essa soberba, com esse coração duro, sem misericórdia para os irmãos, e São Paulo diz na Segunda Leitura (Fl 1,20c-24.27a): “é necessário permanecer no evangelho. O que é permanecer no evangelho? É ter o espírito de Jesus Cristo, pensar como Jesus Cristo, quem mais precisa da nossa misericórdia são os mais fracos, como o pai do filho pródigo que olhou para ele, pois estava mais necessitado”, explica Dom Pedro, ao citar outra das parábolas contadas pelo Filho de Deus. Após a homilia, o bispo diocesano fez uma prece especial para cerca de 137 mil vítimas da Covid-19 no Brasil, bem como a todos os médicos, enfermeiros, cuidadores, familiares e demais profissionais da linha de frente para que sejam fortalecidos na fé nestes tempos de pandemia.

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