Diocese de Santo André

Reorganização dos limites paroquiais é fruto do Sínodo Diocesano

Durante a Solenidade de Santo André Apóstolo (30/11), o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, anunciou o decreto de reorganização dos limites paroquiais, fruto dos debates do Sínodo Diocesano (2016-2017), que originou a Constituição Sinodal e os oito itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral (2018-2022).

“Existem, pelo Código de Direito Canônico os limites das paróquias em certos casos, por exemplo, quando vai se realizar o matrimônio, onde moram os noivos. O outro motivo é pastoral. O nosso sínodo encampou a recomendação das conferências gerais do episcopado latino-americano e do Caribe de Puebla (1979) e de Aparecida (2007), que recomendam organizar as paróquias em setores. Para organizar as paróquias deve-se saber os seus limites”, justifica o bispo.

Com o trabalho de campo e qualitativo iniciado no segundo semestre de 2018, o levantamento da área territorial paroquial de cada paróquia foi motivado por alguns objetivos. “Temos duas questões principais que nossa Igreja Particular precisa responder no que tange essa questão da redivisão: a questão missionária e a questão da caridade. Se a gente fala de desafios, todo lugar precisa ser atendido por uma paróquia”, analisa o reitor do Seminário de Filosofia, Pe. Hamilton Gomes do Nascimento, responsável pelos estudos que projetam a atualização dos dados. A partir desse material apresentado pelo Pe. Hamilton, a chancelaria do bispado, por meio do chanceler Pe. William Mariotto Torres, preparou os 106 decretos das paróquias com os limites válidos, tanto do ponto de vista canônico, como do ponto de vista pastoral. Ao final da missa, Dom Pedro entregou os documentos aos sacerdotes representantes das paróquias que estavam presentes na celebração e orientou que cada paróquia faça uma cópia do decreto e coloque afixado num quadro na entrada da igreja para que todos possam ter acesso às informações.
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Ação concreta do 8º Plano

A iniciativa atende principalmente ao itinerário 6 do 8º Plano Diocesano de Pastoral, que prevê a setorização: a divisão da paróquia em setores missionários e o cadastro dos paroquianos são atividades que nos permitirão identificar as potencialidades e fragilidades da área paroquial, constituindo comunidades capazes de responder mais rápida e concretamente às necessidades de cada setor.

“O território não é muro. O território não é impedimento. Mas o território é cuidado e responsabilidade. Isso soa muito sínodo! O cuidado com as pessoas que moram e que todo lugar merece ser atendido. O que rege essa preocupação dos territórios atualizados é que todo lugar possa ter uma paróquia para chamar de sua”, descreve Pe. Hamilton. Segundo ele, há algumas questões que são potencializadas tendo em vista a questão territorial, outras porém, não, como por exemplo: a caridade e o atendimento das pessoas, dado que uma quantidade considerável de pessoas buscam as comunidades por afinidade, por amizade, por se sentirem bem, não necessariamente pela proximidade, o que já era enfatizado por exemplo, pelo documento Catequese Renovada, em 1983.

“A ideia é não deixar ninguém sem ser atendido em suas necessidades. Neste sentido, o Vicariato (Episcopal para a Caridade Social) contribui bastante, por meio dos cadastros nas paróquias. A intenção é que nenhuma pessoa fique desamparada (na busca de alimentos e auxílio para diversos assuntos)”, destaca.

A ação também está em comunhão com a Igreja no Brasil e no mundo, buscando evangelizar e acolher a todos, como cita o Papa Francisco em sua Encíclica Laudato Si’ (2015), que fala do cuidado com a Casa Comum, e a atual “Fratelli Tutti” (2020), que aborda a fraternidade e a amizade social.

 

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Critérios centrais

Pe. Hamilton explica como elencou os critérios utilizados para o levantamento para a determinação dos limites de uma paróquia: “A primeira questão é a análise do território atual. Faz sentido? Onde estão as capelas? Os limites estão chegando muito próximos de outras comunidades de outras paróquias? As pessoas têm condições de se deslocar às matrizes por transporte público? Tudo isso afeta a circulação e a dinâmica territorial e pastoral das paróquias”, explica.

Por isso, o sacerdote fez um trabalho de campo em vários bairros das sete cidades do Grande ABC e viveu algumas experiências inusitadas. “Foi bastante desafiador. Visitei muitos lugares. Conheci muitas realidades. Em algumas comunidades chegava com o carro, parava e as pessoas viam que a placa não era de lá, olhavam desconfiadas eu andando pela rua, mas no final deu tudo certo”, conta.

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Próximo passo
De acordo com o presbítero, um próximo passo do estudo seria analisar possíveis imprecisões das próprias divisões, a serem corrigidas posteriormente. Contudo, ocorreram muitos avanços com a participação dos párocos e coordenadores regionais. Depois, será possível aprofundar dados como a área real da paróquia, bem como as populações residentes num trabalho dinâmico e permanente para o crescimento pastoral, missionário e evangelizador das paróquias e suas comunidades. “É um processo vivo que continua e que vai precisar se desenvolver mais”, projeta Pe. Hamilton.

A maior paróquia em extensão territorial é a São João Batista do Riacho Grande (Região São Bernardo – Anchieta) com mais de 150 km² e a menor é a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Região São Bernardo – Centro) com 0,69 km². Curiosamente, por estar numa área afastada, rural, de matas e represas, a maior paróquia em território provavelmente não figure entre as mais populosas. A menor, contudo, por ser numa região bastante adensada, provavelmente não figure entre as menos populosas.

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