Celebramos hoje o Domingo de Ramos. Jesus entra em Jerusalém como “rei” pacífico, montado em um jumentinho, e não em um cavalo, usado para ações militares. O povo aclama com entusiasmo e os discípulos se alegram. Pensam que é neste momento que Jesus vai assumir o posto de Messias, como se entendia nos diversos grupos de diversas vertentes, sendo a principal aquela que esperava um messias guerreiro.
Ele tiraria do poder os romanos e restauraria o reino de Israel na sua grandeza. Jesus se apresenta como Messias ao modo do Servo de Javé, como descrito no profeta Isaías (cap. 53). Manso, pacífico, disposto a amar até entregar a vida. Jesus não aceita a violência como método de conquista, nem a mentira e muito menos tem a ganância por bens materiais e o poder como meta. Sua lei é o amor. Por isso, será rejeitado e morre na cruz. A cruz é prova da fidelidade de Jesus ao projeto do Pai, fidelidade no amor até o fim.
Hoje, somos convidados a renovar o propósito de seguir Jesus e nos tornarmos seus discípulos e discípulas. O Concílio Vaticano II chama os cristãos de seguidores de Cristo (cf. LG 40). O seguimento de Jesus não é uma teoria, mas é vivência prática: “Assim como eu fiz, façais vós também” (Jo 15,14). O que fez Jesus? Venceu as tentações que nos empurra para a vida egoísta. Ele se esqueceu de si para doar-se aos irmãos totalmente. Escolher Jesus, segui-lo, implica em abraçar a cruz. Este seguimento, porém, é o caminho que leva à ressurreição, à libertação total.
Aclamemos a Jesus, nosso Rei! Escolha Jesus, porque Ele já escolheu você!
* Artigo por Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo de Santo André para o ABC Litúrgico de 28/03/2021