A Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar” foi o tema da quarta Coletiva de Imprensa da 58ª Assembleia Geral (AGCNBB) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), realizada no início da tarde desta quinta-feira (15/04), pela plataforma Zoom.
Participaram do bate-papo com os jornalistas das emissoras de televisão, rádio, sites, jornais e revistas católicas e assessores de imprensa das dioceses e arquidioceses, o bispo de Roraima (RR) e segundo vice-presidente da CNBB, Dom Mário Antônio da Silva; o arcebispo de Manaus (AM), Dom Leonardo Steiner; e o arcebispo de Florianópolis (SC), Dom Wilson Tadeu Jönk.
Os profissionais foram acolhidos pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, com apoio da assessora de Comunicação da CNBB, Manuela Castro, e do coordenador de Comunicação da Diocese de Santo André e assessor da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, Pe. Tiago José Sibula da Silva.
É Tempo de Cuidar
O segundo vice-presidente da CNBB, e bispo de Roraima (RR), Dom Mário Antônio da Silva, promoveu um balanço da Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, que completou um ano no dia 12 de abril de 2021..
“A Ação Solidária “É Tempo de Cuidar” quer ouvir o clamor das famílias necessitadas, o clamor das famílias que não tem alimento, que não tem trabalho, que não tem moradia boa. O clamor das famílias que estão em luto, que estão em sofrimento. Até mesmo o clamor das famílias que estão com seus pacientes nos hospitais, nas UTIs, procurando por remédio”, sintetiza.
“Queremos também com essa ação continuar a assistência às pessoas doentes, empobrecidas, socorrer as populações vulneráveis, moradores de rua, famílias em moradias precárias, desempregados, migrantes e refugiados”, complementa o bispo.
Ao longo de 2020, a iniciativa atendeu mais de 1,1 milhão de pessoas beneficiadas, sendo arrecadados em recursos financeiros mais de R$4,5 milhões e distribuídos cerca de 5,9 milhões de quilos de alimentos às famílias carentes.
Os dados apontam ainda que as populações em situação de vulnerabilidade social receberam 713 mil refeições prontas, 675 mil peças de roupas e calçados, além de 405 mil kits de higiene pessoal e 409 mil equipamentos de proteção individual.
Segunda fase
Dom Mário Antônio, que também preside a Cáritas Brasileira, uma das entidades que atuam na implementação da ação, Dom Mário Antônio, enfatizou a necessidade de reforçar o combate à fome nestes tempos de pandemia, durante a segunda fase da iniciativa, que teve incio do Domingo da Misericórdia, no dia 11 de abril, com a homenagem às vítimas da Covid-19, com o badalar dos sinos nas paróquias de todo o país.
“Uma ação focada no enfrentamento da fome. Os mapas demonstram que o nosso Brasil, infelizmente entrou novamente no mapa da fome, com prato vazio de muitas famílias. As estatísticas apontam que nas regiões Norte e Nordeste, em torno de 15% dos lares das famílias, a fome entra pela porta e não sai pela janela. Permanece nas casas. Nas regiões Sudeste , Sul e Centro Oeste são acima de 6%, os lares de famílias que estão sem o que comer”, relata.
Páscoa integral
De acordo com Dom Mário Antônio, a iniciativa também visa o enfrentamento do luto, da tristeza, das questões humanas, psicológicas e religiosas, para que aconteça verdadeiramente uma Páscoa integral na vida do ser humano. Uma transfiguração. Não é apenas uma campanha, mas uma ação solidária emergencial para permanecer, prevalecer e continuar”
“A Páscoa é passagem, transformação, paixão e morte, mas também ressurreição de Jesus. A Páscoa onde tem fome, doença e morte somente, é uma Páscoa incompleta. Por isso, a ação solidária “É Tempo de Cuidar” quer ser uma página pascal com a participação de todo”, salienta.
Superação em Manaus
O arcebispo de Manaus (AM), Dom Leonardo Steiner, recordou o drama que o estado vivenciou durante a primeira e, principalmente, a segunda onda da pandemia da Covid-19. “Na primeira onda tivemos muitas dificuldades pela coincidência da época das viroses, onde os sintomas são parecidos (com os da Covid-19) e já na segunda onda, as dificuldades foram maiores devido à falta de oxigênio e instrumentos para intubação”, conta.
Esse cenário de caos nos hospitais e colapso no sistema de saúde causou uma grande repercussão e comoção em todo o país e até no exterior, tornado o Amazonas e sua capital Manaus, um grande símbolo da luta incessante pela vida durante a pandemia. O arcebispo chegou a gravar um vídeo fazendo um apelo emocionado por ajuda para evitar os óbitos. As doações chegaram de várias partes do Brasil e do mundo.
Inspiração do Papa Francisco
O próprio Papa Francisco telefonou para Dom Leonardo, a fim de prestar solidariedade e apoio neste momento, bem como doar oxigênio para a capital do Amazonas. “Percebi que muitos bispos depois desse gesto do Papa Francisco, também começaram a ligar para os padres, como um apoio psicológico, de fraternidade. Uma verdadeira cura”, relata Dom Leonardo.
O arcebispo também informou que mais de 80 mil famílias foram atendidas com cestas básicas, graças à solidariedade do Brasil, da CNBB e do mundo.
“Muitas organizações estão contribuindo. Nos comove saber que muitas pessoas depositavam na conta (para doações) R$1, R$5, ou seja, o óbolo da viúva que trouxe mais força para estarmos ao lado das pessoas. Distribuímos refeições e atendemos quem está nas ruas, os indígenas, migrantes, catadores e catadoras”, ressalta.
“Creio que nossa Igreja deu um grande testemunho de solidariedade, de caridade e de consolo”, conclui Dom Leonardo, ao falar do serviço de escuta solidária que foi implementado na Arquidiocese de Manaus para acolher e encorajar as pessoas diante das adversidades do atual momento.
Conheça os serviços de escuta na Diocese de Santo André
Protagonismo da Igreja
O arcebispo de Florianópolis (SC), Dom Wilson Tadeu Jönk, também relatou que Santa Catarina passou por dificuldades no enfrentamento à pandemia com o sistema de saúde entrando em colapso. Neste sentido, muitas famílias necessitaram de ajuda urgente para amenizar os efeitos da crise sanitária e econômica.
“A Igreja fez muito, esse mutirão de ir ao encontro dos necessitados. Foi feito muita coisa. A Arquidiocese de Florianópolis tem um serviço social muito atuante, a Cáritas Regional tem uma atuação intensa, tanto aqui como no estado arrecadado muitas cestas básicas. Quando solicitamos, nosso povo atende de uma forma extraordinária”, sintetiza.
Na Diocese de Santo André, mais de 20 mil máscaras foram entregues às famílias carentes
Dom Wilson avisa que a segunda onda foi muito forte e, embora nessa semana os números de casos e óbitos apresentem diminuição, a pandemia estará sob controle apenas com a vacinação em massa e com a população seguindo todas as medidas de prevenção.
Fonte: Assessoria de Comunicação Diocese de Santo André
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