O início da comunidade Nossa Senhora da Candelária remonta o ano de 1923, quando foi construída uma capela rústica no terreno doado pela família Gonzaga, na mesma região que se localizava o cruzeiro erguidos pelos monges beneditinos na divisa das fazendas que eram propriedade da Ordem de São Bento desde o século XVIII. É a primeira igreja do outro lado da ferrovia, uma vez que, a organização do Núcleo Colonial foi às margens do Rio Tamanduateí no encontro com o Ribeirão dos Meninos.
A Paróquia de São Caetano aconteceu em 1924, tendo como Matriz a igreja do atual bairro da Fundação. A pequena capela da Candelária já estava erguida próxima à propriedade e olaria da Família Benedetti, entre residências de italianos e espanhóis. A escolha do título da padroeira remonta esse intercâmbio cultural que marca, ainda hoje, a história familiar de vários membros da comunidade. Em 1937, é construída a nova sede da Paróquia de São Caetano, a atual Matriz da Sagrada Família, dando pujança ao distrito que se tornará o município de São Caetano do Sul em 1948. Exatamente nesse ano, a Capela da Candelária é reconstruída para atender a comunidade de fiéis que moravam nos bairros ao redor da Cerâmica São Caetano e das pequenas indústrias ali instaladas.
Com o crescimento populacional do território da Arquidiocese de São Paulo, surge no arcebispado do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta o projeto “Uma paróquia em cada bairro” e organiza-se no então Decanato Santo André o projeto para a criação de uma nova diocese. Para a criação do bispado, surge a necessidade da instalação de novas paróquias. A paróquia de São Caetano do Sul (São Caetano Novo) é desmembrada em 29 de junho de 1953, data onde foram criadas as paróquias de Nossa Senhora da Candelária e São Caetano (São Caetano Velho). A paróquia surge com a organização da comunidade e o pedido da Irmã Julieta de Lemos, das Irmãs Clarissas Franciscanas Missionárias do Santíssimo Sacramento, que tinham próximo à igreja o Externato Nossa Senhora da Glória.
A paróquia foi instalada no início de 1954, confiada aos Frades Menores Conventuais, que cuidaram da vida pastoral até 1962, quando o clero diocesano assumiu a administração paroquial. Desde a pequena e rústica capela até a matriz atual, religiosos estigmatinos, franciscanos conventuais e padres diocesanos contribuíram e contribuem com a caminhada da comunidade dinâmica que se formou e que hoje vive um belo intercâmbio de gerações de fé e trabalho. Ao longo de 70 anos são dez os paroquiatos: Frei José Caruso (1954-1958), Frei Egídio Carlotto (1958-1962), Pe. José Caruso (1962-1975), Pe. Carlito Dall’Agnese (1975-1977), Monsenhor Henrique Zamperetti (1977-1979), Frei Luciano Biásio (1979-1980), Pe. David Vantroba (1980-2003), Pe. Alex Sandro Camilo (2003-2012), Pe. Wanderson Cintra Silva (2012-2018) e Pe. Felipe Cosme Damião Sobrinho (desde 2018).
O laicato, verdadeira força da comunidade, enriquece a nosso esforço de viver, em comunhão com toda a nossa Diocese de Santo André, o sonho de ser uma igreja de acolhida e missão, promovendo o itinerário catequético, a formação, as pastorais sociais e a evangelização das famílias. É uma comunidade alegre, festeira e trabalhadora.
Que Nossa Senhora da Candelária continue a cobrir-nos com seu manto e seu olhar maternal. Que diante dos desafios atuais da missão, continuemos a crescer na oração e na comunhão fraterna, sustentados pelos sacramento e a caridade pastoral. Que a igreja de tijolos seja cada vez mais uma igreja de pedras vivas.
Fonte principal: Livros de Tombo da Paróquia.
Pe. Felipe Cosme Damião Sobrinho, pároco