Vigília Pascal
Celebrar a Solene Vigília Pascal já é celebrar a páscoa do Senhor[1]. Esta é “a mais sublime e nobre de todas as solenidades”[2], pois nela toda a igreja permanece, no silêncio, em atitude de espera vigilante e expectante. Tal como indica o Missal Romano[3], espera-se a ressurreição do Senhor com a “cintura cingida, e acesas as lâmpadas” (Lc 12,35).
A celebração faz menção também ao evangelho de Marcos[4], que diz: “passado o sábado, Maria de Magdala e Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir o corpo. De madrugada, no primeiro dia da semana, elas foram ao túmulo ao nascer do sol” (Mc16, 1-2), e lá avistaram um anjo que disse que Jesus havia ressuscitado. Para o povo Judeu o dia começa ao entardecer; logo, o entardecer de sábado já é o domingo, o primeiro dia da semana. Quando se diz que elas foram ao túmulo de madrugada não se menciona o horário exato, e por isso não se sabe o momento em que a ressurreição aconteceu. Apenas sabe-se que foi na madrugada de domingo. É devido este fato que a Igreja permanece em vigília, que significa passar a noite em espera. É também por isso que as rubricas pedem que essa celebração aconteça quando já é noite[5]. É este também o motivo pelo qual a celebração começa com a liturgia da luz: os fiéis, segurando velas, representam a espera vigilante, enquanto que o círio pascal representa a própria luz do Cristo ressuscitado. Quanto às indicações das rubricas, serão indicadas apenas algumas mais significativas:
A tradução antiga (2ª edição típica) trazia uma certa incerteza sobre o início da celebração. Ela dizia: “O sacerdote saúda como de costume o povo reunido…”[6]. Muitos não sabiam se esta saudação seria o sinal da cruz. Na nova tradução, porém, a rubrica deixa explicito que se comece com o Em nome do Pai[7].
Após a bênção do fogo novo e o acendimento do círio todos se encaminham para o interior da Igreja, precedido pelo turíbulo, diácono com o círio ou, na falta deste, o próprio padre e, por fim, os outros membros da equipe celebrativa[8]. Por três vezes o diácono diz o Eis a luz de Cristo. Após o primeiro, segundo a nova tradução, apenas o padre acende sua vela e após o segundo, todos acendem suas velas no fogo do círio[9].
Chegando ao presbitério, acendem-se as luzes da igreja. Contudo, a nova tradução permite que toda a igreja permaneça apagada, e apenas algumas luzes sejam acesas para as leituras[10]. O Círio pascal deve ficar alocado ao lado do ambão da palavra ou ao centro do presbitério[11].
O missal, ou outro livro que contenha o anuncio da páscoa, esteja sobre o ambão. Chegando ao presbitério, padre ou diácono incensam o livro e o círio[12]. Caso seja o diácono a proclamar a páscoa, ele pede a bênção, como para o evangelho. Se for um ministro leigo a proclamar, ele não pede a bênção.
A proclamação da Páscoa continua a mesma. Apenas um verso mudou, tanto na versão longa quanto na curta. Na terceira estrofe, onde antes se lia “o Aleluia cantado pelo povo” agora se lê “o Júbilo cantado pelo povo”[13]
Na liturgia da palavra, pede-se que todas as leituras sejam lidas, para salvaguardar a índole de vigília, e que somente por graves razões seja diminuído o número de leituras. Contudo, mesmo assim algumas leituras com seus respectivos salmos são obrigatórias, a saber[14]: Gn 1,1-2,2 (possui forma breve); Ex 14,15-15,1; Is 55,1-11.
Após a última leitura do Antigo Testamento acendem-se as velas do altar e entoa-se o Glória. Pode-se tocar os sinos da igreja[15].
Um outro fato que mudou em relação à antiga tradução diz respeito ao aleluia. Após a leitura da epístola o sacerdote entoa solenemente o aleluia por três vezes, e por três vezes o povo repete o mesmo aleluia. Além disso, para a proclamação solene são propostas duas melodias. Após essa proclamação solene o cantor profere o salmo 117, e todo o povo responde com o aleluia[16].
No evangelho não se levam velas[17]
Esta celebração contém uma parte referente à liturgia batismal. Há um acréscimo nas rubricas. Agora há a possibilidade de procissão e bênção de fonte batismal, o que não havia na tradução da 2ª edição típica. Dessa forma, as rubricas da nova tradução explicitam melhor as diversas circunstâncias em que este momento pode acontecer: caso haja procissão para o batistério ou fonte batismal e como ela é feita; quando um recipiente com água é utilizado no próprio presbitério; quando há e quando não há ladainha; quando há batismo; quando não há batismo; quando não há batismo mas sim a bênção da fonte batismal; quando não há nem batismo nem bênção da fonte batismal; quando não há bênção nem da água batismal nem de fonte do batismo, mas apenas bênção de água para aspersão. Sugere-se que as equipes de liturgia e de batismo leiam as rubricas referentes a esse momento para que cada comunidade se molde à sua necessidade. As rubricas vão da página 299 até 310.
A liturgia eucarística segue como de costume, porém, mais uma vez a nova tradução traz novas possibilidades em suas rubricas, tais como: propor que os batizados – os padrinhos se for o caso – tragam o pão e o vinho ao sacerdote; lembrar os batizados na oração eucarística, conforme consta já nas próprias orações; o momento em que o sacerdote pode lembrar aos recém batizados a preciosidade do Sacramento da Eucaristia; dentre outros. Todas as rubricas referentes a esse momento podem ser lidas na página 311.
A celebração finaliza com a bênção solene, que se encontra na página 312.
Vale recordar que, da Vigília Pascal até o segundo domingo da Páscoa, a despedida contém, ao final, o “Aleluia, Aleluia”, pronunciada tanto pelo diácono/sacerdote quanto pelo povo. Essa fórmula retorna no Domingo de Pentecostes.
Missa do Dia de Páscoa
Missa referente ao dia de páscoa. Segue como de costume. Há uma bênção solene ao final[18]
Não se deve esquecer que nesta missa, após a segunda leitura e antes do Aleluia canta-se a sequência pascal.
[1] Ibid, nº 1, p. 274
[2] Ibid.
[3] Ibid.
[4] Cf. https://www.acidigital.com/noticia/37016/este-e-o-verdadeiro-significado-da-vigilia-pascal
[5] Cf. MR nº 3, p. 274
[6] Cf. MR 2ª edição típica, nº 8, p. 271
[7][7] Cf. MR nº 9, p. 275
[8] Ibid, nº 15, p. 277
[9] Ibid, nº 15-16, p. 277
[10] Ibid, nº 17, pp. 278-277
[11] Ibid.
[12] Ibid, nº19, p. 278
[13] Ibid. p. 278
[14] Ibid. nº 21, p. 294
[15] Ibid. nº 31, p.297
[16] Ibid. nº 34, p. 298
[17] Ibid. nº 35, p. 298
[18] Ibid. nº75, p. 314