Representando a Diocese de Santo André, o vigário episcopal para pastoral, Padre Everton Gonçalves Costa, Amaurí Guimarães do Departamento de Comunicação, e Gustavo Carvalho, coordenador diocesano da Pastoral dos Coroinhas e Cerimoniários, participaram da 45ª Assembleia Eclesial do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada entre os dias 27 e 29 de setembro de 2024, no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP).
O encontro foi aberto com a Celebração Eucarística, onde o canto “Senhor, eu quero entrar no santuário pra te louvar” ressoou como um firme propósito. A assembleia, que contou com a participação de 42 bispos e arcebispos, 66 padres, diáconos e religiosos, além de cerca de 140 leigos, teve sua dinâmica orientada pelo Espírito Santo, com ênfase na escuta e no espírito sinodal. A oração inicial, presidida por Dom Júlio Endi Akamine, arcebispo de Sorocaba e presidente do Regional Sul 1, trouxe à tona as intenções pela paz mundial e pela preservação da Casa Comum, além da condução dos trabalhos da assembleia.
Dom Júlio e outros líderes, como Dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto, e Dom Carlos Silva, bispo auxiliar de São Paulo, destacaram a importância da comunhão e da colegialidade, ressaltando a contribuição de novos bispos, incluindo Dom Francisco Carlos da Silva, da recém-criada Diocese de Jaú. Os aniversários episcopais, como o do cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, também foram recordados.
Recordação e Reflexões Pastorais
Durante a Assembleia, o Pe. Luís Fernando da Silva, secretário executivo do Regional, trouxe à memória as motivações da assembleia anterior, realizada em 2023, cujo tema foi “Igreja em saída: quais periferias reclamam nossas respostas e quais respostas daremos às periferias?”. As reflexões deste ano centraram-se na necessidade de escuta das juventudes, das famílias e das realidades sociais, incluindo a situação de rua, com o objetivo de promover trocas de experiências entre as Igrejas Particulares do Regional Sul 1.
Os trabalhos foram organizados em 18 grupos que, em clima de oração e partilha, ofereceram suas contribuições à construção das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora. O diálogo sinodal, marcado pelo silêncio e pela escuta do Espírito Santo, permitiu que diversas propostas fossem colocadas em comum.
Inteligência Artificial e Pastoral: Desafios para a Igreja
Um dos momentos de maior destaque foi a discussão sobre “Inteligência Artificial e seu impacto na Pastoral”, conduzida pelo especialista em comunicação Moisés Sbardelotto. Durante as duas sessões dedicadas ao tema, Sbardelotto abordou os desafios e as oportunidades que a tecnologia representa para a evangelização, alertando sobre a necessidade de pautar o uso da IA na ética cristã. A reflexão foi fundamentada em documentos recentes do Papa Francisco, como sua mensagem para o Dia Mundial da Paz e o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Segundo o conferencista, a Igreja deve se preparar para atuar na “galáxia de realidades diversas”, promovendo uma “Igreja em saída” que inclua o espaço digital.
Além disso, Sbardelotto destacou a importância de proteger os jovens, muitas vezes impactados negativamente pela tecnologia, citando a Exortação Apostólica Christus vivit. Ele também apontou para iniciativas importantes, como a UNESCO com sua publicação “Ética da Inteligência Artificial”, e as reflexões promovidas pela CNBB sobre o uso responsável dessas tecnologias.
O Papel de Nossa Senhora e a Urgência da Ação Pastoral
No sábado, dia 28 de setembro, a assembleia foi consagrada à Virgem Maria, em uma missa especial em sua homenagem. Sob o título de Nossa Senhora do Patrocínio, a imagem foi conduzida ao presbitério, e Dom Francisco Carlos da Silva, bispo de Jaú, destacou a proteção e intercessão de Maria sobre os trabalhos da Igreja. Em sua homilia, o bispo também refletiu sobre os desafios ambientais, como as mudanças climáticas, e enfatizou a urgência de uma ação pastoral que inclua o cuidado com a criação, reforçando o chamado do Papa Francisco na encíclica Laudato Si’.
A assembleia encerrou suas atividades no domingo, após três dias de intensas reflexões e diálogos, com a certeza de que as novas diretrizes pastorais serão frutos do trabalho conjunto de bispos, padres e leigos, guiados pelo Espírito Santo e inspirados pela missão de Cristo.