O Sínodo Diocesano já está produzindo seus primeiros frutos. Um deles é o “Setor Música”, um ramo da Pastoral Litúrgica Diocesana que visa articular, auxiliar e formar os músicos que estão presentes nas nossas comunidades. A equipe do “Setor Música” dedicou-se a ir ao encontro dos músicos que servem à Sagrada Liturgia, promovendo reuniões em todas as regiões pastorais de nossa Diocese. O primeiro ocorreu dia 30 de setembro, na Paróquia Santa Maria, dirigido aos músicos da região São Bernardo Anchieta. O desejo desses encontros foi ressaltar aquilo que é a orientação do Concílio Vaticano II: “a música sacra será tanto mais santa quanto mais intimamente estiver unida à ação litúrgica, quer como expressão mais suave da oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade aos ritos sagrados” (Sacrosanctum Concilium, n.112).
O intuito dos encontros foi apresentar o “Setor Música” aos músicos, visto que é um trabalho novo em nossa diocese. A partir disso, é possível estabelecer contatos, articular a Pastoral do Canto Litúrgico (sempre unida à Pastoral Litúrgica) e, sobretudo, formar e conscientizar os músicos acerca da importância do canto litúrgico. Sabemos quantos coroinhas, cerimoniários e ministros extraordinários a diocese reúne, por exemplo, mas os músicos, ainda não sabemos.
Além de apresentar a equipe e os trabalhos, o “Setor Música” levantou algumas dificuldades e desafios que os grupos de canto enfrentam, como, por exemplo, a falta de tempo para ensaiar, a falta de oportunidades para a formação, a dificuldade de acesso ao material dos hinários litúrgicos e a falta de critérios na escolha dos cantos para as celebrações. Foi abordada a história do canto litúrgico no Brasil, a partir da reforma litúrgica do Vaticano II (1962-1965), buscando evidenciar a importância e a valorização das mais variadas expressões culturais brasileiras. Também foi apresentado o projeto do novo Hinário Litúrgico da Diocese de Santo André, cujo primeiro fascículo, “Cantar o Ordinário da Missa”, com as partes fixas, será lançado no início de 2018; a partir dele, serão elaborados os outros fascículos, que reunirão cantos litúrgicos novos, oferecidos pelos novos compositores e também pelos diferentes movimentos de espiritualidade, que muito têm a oferecer nos últimos anos. O “Setor Música” buscou ouvir também o que os agentes de pastoral tiveram a dizer, tanto críticas quanto incentivos.
Os encontros atingiram 806 músicos, sendo 125 da Região SBC Anchieta, 78 da região SBC Centro, 91 da região Rudge Ramos, 62 da região Santo André Centro, 96 de Utinga, 56 da região Leste, 87 de Diadema, 58 de São Caetano, 83 de Mauá e 98 de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Embora a participação não tenha sido intensa, o “Setor Música” segue em frente, desejando ser um instrumento não de imposição, mas de ajuda, de unidade e de comunhão com os músicos.
O “Setor Música” vai promover em 2018 um intenso calendário de encontros, formações e celebrações. Vale recordar que estamos presentes no site da Diocese, no Youtube e no Facebook. “É preciso, sobretudo, que o canto, a música, propicie uma experiência de Jesus Cristo, presente e atuante no meio dos seus, que sua Palavra seja anunciada e acolhida, que se realize uma comunhão no seu Espírito” (CNBB, A música litúrgica no Brasil, 1998, estudo n. 79 §182).
Texto por Guilherme Franco Octaviano