Diocese de Santo André

Reflexões sobre a Primeira Carta de João

A tradição diz que esta carta não foi escrita só por um autor, mas sim por vários da comunidade Joanina, que colocaram o nome do Apóstolo João, filho de Zebedeu irmão de Tiago; que estava na origem da Tradição. Foi escrita entre o ano 100 e 130 DC na cidade de Éfeso, grande cidade da Ásia, que fica no litoral da região oeste da atual Turquia, lá antigamente tinham várias províncias romanas.

Num momento em que o cristianismo não era a religião oficial, pois como a maior parte dos judeus não aceitaram Jesus, e formaram o Judaísmo, as comunidades foram se separando. Em geral as pessoas se encontravam nas casas, eram várias pequenas comunidades que se encontravam para celebrar a Eucaristia e a Palavra.

No prólogo da Primeira Carta de João temos a introdução sobre O Verbo encarnado e a comunhão com o Pai e o Filho. Nela temos quatro verbos: aquele que nós vimos, ouvimos, contemplamos e tocamos, não é um fantasma, é alguém real e quem acolhe este anúncio está em comunhão com o Pai, com o Filho e com toda comunidade; e este anúncio produz alegria plena.

1ª parte: Caminhar na luz

Houve na comunidade cristã uma cisão, porque algumas pessoas não acreditavam que o Filho de Deus tinha nascido e assumido a condição humana, num corpo; estavam sendo influenciados pelos gregos que acreditavam que o corpo é o peso da alma e o que vale, é a alma se libertar. Em função disso o autor escreve esta Carta para defender a comunidade desses dissidentes e diz: Aquele que nós vimos, escutamos, contemplamos e apalpamos era um corpo humano verdadeiro, e quem acolhe este anúncio está em comunhão, quem não acolhe não está nesta comunhão; o autor disse também: é verdade que Deus é luz, que Deus é amor porem se proclamamos que Deus é luz e é amor isto tem consequências na nossa vida, para andarmos na luz temos que amar e nos importar com o irmão. “Quem diz que ama a Deus que não vê, mas não ama quem vê, é um mentiroso.”

2ª parte: Viver como filhos de Deus

Jesus Cristo era uma pessoa real, se encarnou e habitou entre nós e foi crucificado morto e ressuscitou ao terceiro dia. Ele vive o sacrifício na cruz. Esta é a fé cristã. O principal mandamento de Deus é o amor, e nós podemos doar nossa própria vida no serviço a Deus. Quem quer estar em comunhão com Deus precisa colocar em pratica os mandamentos de Deus, viver com amor.
No Cap 2,12-17, o autor nos fala para nos preservarmos do mundo, quer dizer, não podemos seguir as pessoas com atitudes e planos contrários ao de Deus, e quando nos fala para preservarmos dos anticristos, Cap 2,18-23 significa que não podemos seguir as pessoas que não aceitam que Jesus veio da carne e morreu por nossos pecados, que negam o Pai e o Filho.
No Cap 3 Deus é justo, quem não é justo é pecador, o contrário de justiça é pecado; quem quer ser de Deus tem que ser justo e amar os irmãos; a justiça para os cristãos é relacional, se não amo meu irmão estou em pecado e quem é contrário a Deus é do diabo, é pecador. Justiça não é simplesmente um cumprimento de leis.
Cap 3,15-17 “todo aquele que odeia seu irmão é homicida”. O primeiro homicida foi Caim e Jesus veio para dar a vida; homicida é aquele que não ama seu irmão, e o prejudica, é uma espécie de morte. Aquele que não ama permanece na morte, acreditemos que Cristo deu sua vida por nós, e por isso nós devemos dar nossa vida pelos irmãos; se o irmão está passando necessidade e não o ajudamos, como permaneceria o amor de Deus em nós? É preciso praticar a caridade.
Quando pecamos tenhamos a certeza que Deus é maior que o nosso coração, quer dizer que, Deus por causa da sua bondade e misericórdia nos permite recomeçar. O Papa Francisco nos disse na sua homilia de 08.07.13, com relação as mortes dos refugiados que tentam entrar num país, que nós perdemos a capacidade de nos sensibilizar com o nosso irmão. Somos uma sociedade que esqueceu como chorar.
No Cap 4,1-6 o autor nos fala como romper com o pecado: discernir o que vem de Deus e o que vem do maligno. O amor é o Ser de Deus. Ele sempre nos precede, o nosso amor é uma resposta a Deus, não uma decisão minha, para isso temos que conhecer a Deus, vivenciando na pratica o amor inspirado na Palavra.

3ª parte: Às fontes da caridade e da fé

Há dois modos de conhecermos a Deus: através de Jesus que nos revelou o Pai e quando amamos o nosso próximo, é que se manifesta quem é Deus. É preciso viver o amor para sentir o amor de Deus em nossas vidas, e vivermos como verdadeiros filhos de Deus.
“Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus, e todo o que ama ao que gerou ama também o que dele nasceu. Nisto reconhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos…E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.” (1Jo 5,1-4)

* Comissão Diocesana de Animação Bíblico Catequética

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