O relógio ainda marcava nove horas da noite quando os primeiros fiéis começaram a chegar na Matriz Sagrada Família, em São Caetano do Sul, no último sábado, 03 de junho. Aos poucos, os lugares na nave da igreja foram sendo ocupados por homens e mulheres, jovens ou mais experientes, todos à espera de uma noite muito especial para a Renovação Carismática Católica da Diocese de Santo André. Esse tom todo especial da noite era motivado pelo Jubileu de Ouro da Renovação Carismática no mundo, cuja festa principal ocorreu neste mesmo final de semana, durante as celebrações da solenidade de Pentecostes, na cidade de Roma e no Vaticano.
O Espírito é a força da Igreja
Nos momentos iniciais foram apresentados a “Vela do Jubileu de Ouro”, a bandeira do Divino Espírito Santo e a relíquia da Beata Elena Guerra – ela que foi, usando as palavras do papa João XXIII, “apóstola do Espírito Santo” e que hoje é baluarte de todo o movimento da Renovação Carismática. Neste momento, a assembleia teve a companhia do anfitrião, Padre Rogério Melo – pároco da Sagrada Família e de Dom Pedro Carlos Cipollini – bispo diocesano – que ressaltou a felicidade por este momento da RCC e pela presença dela na diocese, impulsionando sua ação em busca do Espírito Santo, pois “é o Espírito Santo que dá força para a Igreja”. Por sua vez, padre Rogério deu as boas vindas ao povo presente e ao senhor bispo, convidando-os a “se sentirem em casa”. Ao final das palavras de padre Rogério, Dom Pedro deu a benção episcopal aos presentes e se retirou para descansar para a extensa programação de sua agenda no domingo.
Passados os ritos iniciais da vigília, foi entronizada a imagem de Nossa Senhora Aparecida – pelas mãos do Ministério Jovem, que nela colocou o manto e a coroa – dando inicio a um forte momento de espiritualidade mariana, que precedeu o santo terço – conduzido por servos dos grupos de oração da diocese.
O grupo de oração é o “Coração do Senhor”
Já era quase uma da madrugada quando o presidente conselho diocesano, Anderson Silva, recebeu as orações da assembleia para iniciar sua pregação “RCC Santo André – faço parte dessa história”, onde relembrou a importância do movimento dentro da diocese, recordando que o primeiro grupo de oração da região foi fundado poucos anos depois do retiro de Duquesne – evento que marca o “nascimento” da RCC no mundo. Anderson salientou as características do grupo de oração que deve ser “lugar [permanente] do derramar, da autenticidade do batismo no Espírito Santo” – apontando, ainda, que o Jubileu de Ouro não pode se restringir às comemorações deste final de semana, tampouco Pentecostes pode ser apenas uma solenidade de um dia, mas, ao contrário, o Jubileu precisa acontecer em cada encontro do grupo de oração, cada reunião de ministério, assim como Pentecostes precisa ser constante em nossas vidas. Anderson levou a assembleia a refletir sobre a missão que há em ser servo da RCC, partilhando da sua experiência ao ouvir testemunhos tocantes sobre o cumprimento autêntico da vida carismática, em locais de difícil acesso ou com falta de recursos, propondo que a realidade dos grupos de oração seja confrontada pelo objetivo primeiro do cristão, de anunciar o Reino. Lembrou, ainda, que a RCC é uma porta da Igreja Católica, por onde muitos voltam ao Senhor. A pregação já ia caminhando para o final quando foi relembrada a escuta profética realizada pelo conselho internacional da Renovação Carismática, na Terra Santa, onde o Senhor se manifestou e em profecia disse que a RCC “já não tinha mais sua força”, que é necessário que a RCC voltasse ao Senhor, pois, disse o Senhor, “Eu sou a vossa luz”. Essa luz tem caminhado junto à RCC neste tempo de festa, pela chama do Jubileu, cuja vela já havia sido conduzida nos momentos iniciais da vigília. Foi quando o presidente do conselho chamou todos os membros do conselho para um momento de oração onde a vela foi erguida por todos os líderes diocesanos. Das mãos do conselho, a chama foi levada para a assembleia que repetiu o gesto – num intenso momento de oração e escuta da voz do Senhor.
Terminada a pregação, após um breve intervalo, foi celebrada a Santa Missa, presidida pelo Padre Rogério e concelebrada pelo Padre Paulo, vigário da Sagrada Família. Ao final da celebração, as orações continuaram na adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pelo padre Rogério. Já eram cinco da manhã quando o padre Fernando Valladares saudou os presentes, dando sua palavra de ânimo e motivação para a RCC de Santo André. Padre Fernando é o assessor diocesano para a Renovação Carismática.
A vigília teve aí uma pausa para o café. Em breve deliberação da coordenação diocesana, por conta do horário avançado, a pregação que haveria em seguida foi cancelada e a vigília terminou pouco antes do previsto.
“Meu cansaço que a outros descanse”
Todos saíram com um “gostinho de quero mais” mais deste momento de graça que viveu a RCC Santo André. Para Maria Núbia, com seus 63 anos, sendo os últimos 15 participando do Grupo de Oração Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (S. Bernardo/Centro), o cansaço bate até um ponto da noite, mas depois passa. Muitos dos que estavam presentes eram jovens, que não hesitaram em trocar seus compromissos por uma noite com o Senhor. Para o jovens Vitor, Beatriz, Paula, Helloiza, Maria Eduarda e Milena, da paróquia São Judas Tadeu – Santo André/Centro – “a oportunidade de vivenciar essa graça de estar com o Senhor é maior que qualquer cansaço. E vale a pena se cansar para que outros descansem.”
Reportagem por: Ministério De Comunicação Social – RCC Santo André